Expedição Floripa-SC a Tramandaí-RS
Ano passado não deu certo essa expedição para o sul, mas desse ano não passa!
Preparação
Preparei um Nanook com um reforço de quilha e batizei ele de Bumblebee, em homenagem aos meus meninos, que falaram que as cores amarelo e preto dele pareciam o personagem do Transformers. Ganhamos reforços também, a velha carranca, que me acompanhou por diversas viagens lá no princípio voltou a fazer parte do time. Peguei o carro e a primeira parada foi em Florianópolis, com o amigo Alexandre, que mora numa casa de madeira no meio da floresta, na Costa da lagoa, estilo Robinson Crusoé.
Lugar excelente, nem parece que você está numa capital. No outro dia organizamos uma clínica de técnicas de canoagem com Luciano Cardoso e o Alexandre, que foi joia. Aí parti para Guarda e resolvi sair do continente para facilitar a logística com o carro que o amigo Xiru vai levar para Tramandaí, ponto final da travessia. Quem tem amigos tem tudo!
Remei com o amigo Alê até o forte de Araçatuba, no canal Sul de Florianópolis perto de naufragados. da última vez que eu passei por lá achei um lugar lindo com correntes matadoras e ondas assassinas, mas hoje pude conhecer o forte, que também é lindo.
Na Guarda do Embaú fui recebido pelo amigo e aventureiro André Issi, um ícone das aventuras mais malucas, com um coração enorme para receber qualquer tipo de aventureiro. Tem uma pousadinha perto do centro chamada Maktub, linda e com um mais que excelente café da manhã. Claro que ele já me convidou para ficar para o churrasco do outro dia… É duro de sair de lugares assim onde você se sente em casa e tão bem recebido, mas a viagem precisa começar!
Dia 01 – Guarda do Embaú – Praia do Rosa-SC
O dia amanheceu com chuva e previsão de vento Sul (contra) o dia todo. A tentação de ficar de boa é grande, mas a gente veio aqui para remar! 😁 Sair com o mar tranquilo e ventinho contra constante, com uma dorzinha de cabeça incomodando. Será que foi a caipirinha de ontem? 😁
O dia é curto, algo por volta de 25 Km, mas consegui sair apenas ao meio-dia. Na ponta de Garopaba recebi a ligação do amigão Roni Mayer… Estou usando o celular para gravar o áudio das filmagens, mas acabou entrando uma ligação. Fico abismado como anda essa tecnologia, no meio de uma travessia no marzão, você conversando com um amigo…
A dor de cabeça aumentou e fui ficando enjoado. Não conseguia vomitar, ficava arrotando… Resolvi parar na praia da Silveira para comer algo. Uma praia linda cercada por costões empinados. Tomei até uma coca-cola que conforme minha mulher é um santo remédio… Mas não ajudou em nada. O vento e a corrente contra faziam a remada mais pesada e fui lutando para chegar na praia do Rosa antes da noite.
Sofrimento lascado, não me lembro de ter passado tão mal assim remando. Na Praia do Rosa, o caiaque tocou a areia às 7 horas, no último raio de sol. Botei o caiaque na lagoa do meio e fui remando até a pousada do Marcelo, o Sardinha, velho amigão meu dos escoteiros. Ele e a irmã Luciana tocam uma pousada chamada Morada nas Estrelas, um lugar especial no Rosa. Seu irmão é um arquiteto especializado em projetos de bioconstrução e a pousada é maravilhosa. Rústica mas com um bom gosto incrível.
Tomei um banho, dei uma relaxada e melhorou o mal-estar. Botamos as fofocas em dia, relembrando os velhos tempos que a gente vinha para cá há mais de 25 anos atrás, antes da invasão turística em massa no Rosa. Por enquanto minha expedição segue no ritmo tranquilo de encontro dos amigos antigos, coisa que a gente precisa preservar.
Amanhã vou remar um pouquinho só até a Barra de Ibiraquera, onde vou visitar a Kátia, o Átila e a família, amigos dos escoteiros e das aventuras.
A partir de amanhã o tempo melhora e o vento vira nordeste favorável.
Dia 2 – Praia do Rosa – Ibiraquera
Hoje levantei cedo às 5h:30. Sardinha me chamou para ir para a sua igreja. Pegamos os longboards e fomos para o canto norte da praia do Rosa.
Diazinho pequeno, mas fantástico. Fazia uns 10 anos que eu não caia na água de prancha para surfar e a brincadeira fluiu muito bem. Ótima maneira de se começar o dia. E esse é o ritual de todo dia do meu amigo Sardinha. E passada a temporada no Rosa ele tira umas férias de 2 meses no México surfando. Tem gente que sabe viver!
Conversa jóia, relembrando os momentos memoráveis passados por lá. E assim continuei a rota dos amigos…
Saí do Rosa ao meio-dia, praia abarrotada e fui para Ibiraquera encontrar mais dois amigos, a Kátia, também dos escoteiros e o seu marido Átila, com os filhos Mano e Tábata.
Outra galera nota 10, super adeptos de esportes. Fomos para a praia, onde o Átila tira fotos da galera do KiteSurf de ondas e hoje vai rolar uma exposição de fotos aqui na casa dele. A balada vai longe…😁
Já me convidaram de novo para ficar mais um dia, com churrasco e toda a mordomia. Tá ficando difícil de resistir, mas a gente veio aqui para remar… As condições estão bastante favoráveis, vento em popa e ondas tranquilas.
Amanhã começa o trabalho pesado rumo ao sul.